05/01/2014

Diário de Nova York. Parte 2.

   Eu nem sei o que falar do meu sumiço. Na verdade, eu tava trabalhando. Eu tava sem tempo. Eu tava com uma tremenda saudade de sentar e ficar horas escrevendo. Tão bom estar de volta.

   Para quem não lembra os Diário de Nova York, é o meu diário pessoal. Coisas que eu escrevi, na sua maioria, nos aviões que peguei, já que estava sem notebook. Lembrou da Parte I do Diário de Nova York? Então. Nesse aqui tem mais despedidas, novas amizades, e eum grupo de brasileiras perdidas no shopping. Vai perder?

São Paulo, aproximadamente 05h da manhã.


   Já em São Paulo, fui para a casa da minha madrinha. Sabe quando se tem muito para conversar, mas não tem vontade de falar? Era assim que eu me sentia. Sem vontade de falar. Meus pensamentos estavam falando alto demais para mim, já. Então aceitei a oferta de dormir um pouco. E acordar. Banho. Comida. Ai sim... Já estava pronta. Pronta para mais uma despedida.

Aeroporto de Guarulhos, não sei horário. Era de noitinha, já.

   Virei a noite do dia 10 para o dia 11 no aeroporto de Guarulhos. Arrasada. Sentindo falta dos meus amigos (e as lembranças da rampa de embarque em Salvador, não me deixavam em paz) e com uma vontade incontrolável de chorar. Até que meu pai teve que ir ao banheiro e, no meio de um silêncio confortável, minha mãe perguntou se eu estava bem. Então eu chorei pela primeira vez no "colo" dela, e me acalmei. Dizer adeus é complicado. Adeus não, né. Um "até logo" longo.

   Resolvemos comer uma pizza, enquanto esperávamos Fernanda chegar e eu checava meu Facebook. Era tanta positividade nos recados que deixavam para mim, que eu me sentia até meio boba de chorar por saudade. Não tem nada melhor que saber que tem gente torcendo por você.

   Então, chegou a hora. De todas as pessoas que eu me despedi, eles eram a chave de ouro. Meus pais. Foi um abraço indescritível. O choro da minha mãe, só intensificava o meu, e meu pai tentando ser forte por nós duas, me deixava mais fraca. O olhar que ele carregava era tão triste, de orgulho e aquecedor ao mesmo tempo. O nosso abraço se quebra quando Fernanda começa a se emocionar com nossa despedida. "Ver vocês assim, me faz chorar mais ainda, Ave Maria." dizia ela com aquele sotaque baiano que eu amo tanto. Um último abraço. Documentos em mãos. Nervosismo. O último sorriso da mamãe, e beijinho na testa do papai. Eles ficavam bem pequenos a cada passo que eu dava, mas maiores dentro de mim.

   É possível sentir saudade de quem estava comigo à 5 minutos atrás? Sim. É.

   Encontramos as outras meninas todas reunidas e sentadas. Engraçado como não podemos ter quase nada em comum, e mesmo assim, nos dar tão bem tão rápido. Acho que é porque todas estávamos em uma situação idêntica: Sozinhas nos States. É tipo Jogos Vorazes: Somos os Peetas e Katniss umas das outras. Ficar juntas para sobreviver. Mas deu tudo certo, graças a Deus. Era um alívio saber que eu não estava sozinha.

Dallas, 10 am / NY, 4 pm.


   Chegamos em Dallas e só deu tempo de pegar as malas e pegar o próximo avião. Depois, já em NYC, no aeroporto, nos ajudamos mais um pouco para pegar o Shuttle (um estilo de van) para o hotel. Chegando lá, fomos recepcionadas por Dee (uma fofa), Marissa (simática, porém tinha um ar de desconfiada - mas acho que todas as Marissas são assim né? sdds The OC-) e Barbra (pensem em uma gordinha engraçada...). Primeiras impressões essas que ficaram até o final do programa.

   Depois das introduções e deixar as malas no quarto, decidimos ir no shopping comer algo. E foi lá, acho eu, que fortificamos nossa amizade. O Shuttle do hotel nos esqueceu. Então, dependemos uma da outra para voltar para o hotel. Eu tinha o número do hotel no meu diário de viagem (#momoprecavida #momoidosa) e depois de muito tempo procurando por um telefone, com o shopping prestes a fechar, encontramos dois seguranças e um deles nos um celular.

   Uma coisa que percebi dos americanos: A maioria tem sido muito gentil comigo e com as meninas. Diferente daquele estereótipo de "grosseiros" e "sem paciência". A atendente da Macy's fez de tudo para nos ajudar a encontrar um telefone, e nós só conseguimos sair de lá porque o segurança foi gentil o suficiente para nos emprestar o telefone. Ainda brincou: "Ronaldinho!", quando falamos que éramos brasileiras. Nos dias de hoje, um ato de generosidade é tão raro, que chega até ser espantoso, né?

   Depois disso, ligávamos um para o quarto da outra: "você já descobriu como liga o chuveiro?", "já to quase pronta, vem logo para cá", "cadê a baby mo?" (#eubabydaturma). Café da manhã juntas. Almoço. Apendi que realmente, a timidez não te leva a lugar nenhum, e se você não fizer nada para quebrar a sua zona de conforto, ficaria presa no shopping até agora... Engraçado. Foram os melhores dois dias de viagem que já tive. Abençoada.


   Então meninas. Quem tá preparada para a parte III? DICA: A parte três é a realização de um sonho meu. O motivo do blog. Algum palpite? Vejo vocês no próximo final de semana para ver se acertaram aonde vai se passar a parte III.

Beijinhos da momô de vocês.

@monicamamudo






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