23/06/2013

Diários de Nova York. Parte 1

Em 2009 minha melhor amiga me convenceu que era bom eu ter um diário. Alguém que eu pudesse conversar, quando ela não estivesse disponível. A verdade é que um diário ajuda muito. É quando consigo ser 110% verdadeira. Sem ter que pensar se o que vou escrever vai repercutir de forma boa ou ruim. Tanto faz. Continuei a rotina de um diário desde então, mas nunca conseguindo escrever todos os dias.

Assim que embarquei para os EUA, me senti muito sozinha, mesmo rodeada de pessoas. Ai lembrei dele. Meu fiel amigo. O que eu vou contar não é nada de assombroso ou polêmico. São as coisas que passaram pela minha cabeça, quando eu não tinha ninguém para dividir. E como minha experiência acabou antes do esperado, é a única coisa que posso dividir com vocês. Meus pensamentos. Esse seguimento vai ter 5 partes, só para avisar. Os primeiros quatro dias, e o último dia da viagem foram os que eu consegui escrever. Então, vamos lá. Preparados para saber o que passa na cabeça de uma intercambista?

11/12/2012 (Não sei que horas, provavelmente 03h40) ...

Estou escrevendo do avião. Pelo menos não vou começar dizendo “muita coisa mudou desde que não escrevo aqui.” Mudaram sim. Estou no avião embarcando (de Salvador) para São Paulo. Depois Dallas. Vamos por partes: Eu consegui uma Host Family. Yay. Em São Francisco. Duplo yay.
Hoje foi um dos dias mais tristes que eu posso imaginar. Não há sentimento que descreva o que eu senti ao olhar para o início da rampa de embarque e ver todos os meus amigos acenando para mim, com aquele olhar saudoso.
Despedidas. Eu odeio despedidas. Odeio o que o tempo pode fazer com alguém. Vou tentar dormir um pouco. Mais tarde eu escrevo.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
MAIS TARDE = Quase um dia depois... Ok.  Nem sei que horas são em Dallas. To indo para New York. Dá para acreditar? Eu não consigo acreditar ainda. Mas voltando a despedida...

Nunca duvidei das pessoas que me cercam. Não duvidei do amor que sentem por mim. Ver uma cena daquelas partiu meu coração. Ouvir Renata soluçando me destruiu. O mistério do que Lucas tinha escrito no meu scrapbook, fez sentido com o abraço que ele me deu. Bibi, minha bibi, me abrançando. Jonde chorando. A ligação de quase 3 horas com Leo. Bruninho chorando, vermelho. A minha segunda família –italiana- indo lá, se despedir. Lisbôa, Fabinho. Neto dizendo que não foi no aeroporto porque não ria suportar me dizer adeus. Baixinho dizendo o mesmo. Gabex. Louise com aquele olhar de e-se-ela-não-voltar? O jeito de Fernanda ficou. Meus pais. Que abraço confortante. Que saudade. Minha mãe chorando. Meu pai tentando ser forte por todos nós.
Há tanta coisa para escrever. Tanta coisa que senti. E não consigo pensar em nada. Só vejo as caras dos meus amigos, lá no início da rampa de embarque, enquanto eu, chorando, estava no fim dela, acenando para eles uma última vez. “Te vejo daqui há dois anos com um Oscar!” – Gritou Gabex.
E só o que eu quero é que, de alguma forma, eles saibam que eu os amo. Muito.  Os que não foram no aeroporto também. Quero que eles não esqueçam de mim e que não importa o que aconteça... Não perderemos o contato.

Guardo comigo cada risada, abraço, piada, palavras doces e até xingamentos, que transparece o quanto nossa amizade é realmente verdadeira. Que eles saibam que não importa o que aconteça, eu guardo eles comigo, e espero que me guardem com eles, também.
E para os meus pais, deixo o mais complexo e confuso sentimento. Não dá para se despedir deles. Filho é igual a boomerang. Sempre voltam. Deixo com eles a sensação de trabalho cumprido, e a certeza de que, por causa deles, sou independente e forte. Que fizeram um trabalho bem feito. 
To indo para NYC com um grupo de AuPairs que encontrei em Guarulhos. São todas umas fofas. Já fui até apelidada de “Baby mo”, a bebê da turma. Engraçado que, com tanto pouco tempo, já estamos bem próximas. Espero que no treinamento, fiquemos ainda mais.
Então é isso. Mande meu amor, para quem estiver pensando em mim. Até quando der para escrever.
               
“We might be apart, but I hope you’ll Always know: You’ll be with me, wherever I go.”

                  Momo.

Parte II em breve.

Mil beijinhos nostágicos,
                                 @monicamamudo                                

6 comentários:

It's Your Fault Jana disse...

Nossa fiquei curiosa, quero ler os próximos. Ótimo texto, muito bem escrito :)

Monica Mamudo disse...

Obrigado Janaina!! Logo logo vai sair :)))

Anônimo disse...

NOSSA Monica!! Meu deu pra sentir tudo o que você conta. Meus olhos ficaram cheios de lagrimas com a despedida. Ansiosa por mais

Monica Mamudo disse...

Obrigado anônimo!! Fica ligado, que quarta-feira tem mais! beijosss!

Anônimo disse...

Oi Monicaaaa! :) Leia meu email porfavor? (Karina) preciso muito da sua ajuda.

Monica Mamudo disse...

Oi Karina! Já li e já respondi! Um beijão!

Postar um comentário